sábado, 24 de setembro de 2011

PRESENTE!


Minha nova produtora junto com a Cássia Vilasbôas.
 Que venham muitos trabalhos pela frente!!!

http://www.noveproducoes.com.br

terça-feira, 19 de julho de 2011

Kiara Bianca por Sérgio Santoian na Lapa.


quinta-feira, 24 de março de 2011

A cidade maravilhosa só é maravilhosa porque você está aqui,
andando de bicicleta comigo...

Feliz Dia que nos une por uma vida incrivelmente bela..
Como o dia em que se vê o Mickey Mouse pela primeira vez e decobre-se que pode levá-lo para casa.
O amor é assim..
Poder levar a felicidade para casa, sem ter data para se despedir..
é ter vida com trilha sonora e se sentir a protagonista do filme..

é assistir ao House toda quinta feira... inclusive nos aniversários de casamento!!!! ahahhahahha

Bjusss a todos... apenas para compartilhar esse momento feliz!! e agora vou para meu jantar maravilhoso!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

MINHA FORÇA ESTÁ NA SOLIDÃO.NÃO TENHO MEDO NEM DE CHUVAS TEMPESTIVAS, NEM DE GRANDES VENTANIAS SOLTAS, POIS EU TAMBÉM SOU O ESCURO DA NOITE.
CLARICE LISPECTOR



Brindo a chegada do ano novo como brindo a espera do filho que nasce, lindo,branco e de bom peso.Enquanto prevejo a perfeição, compreendo que a ilusão não se restringe ao alcance dos meus olhos,mas sem consentimento, ultrapassa a barreira da minha fértil imaginação, e fico na espera.
Olho o futuro e atribuo toda felicidade despejando as minhas futuras satisfações, rabisco o projeto, desenho a idéia no grafite da incerteza.
Preciso tirar as caixas do armário, uma a uma. As maiores e mais pesadas deixo para o final, já que são nas pequenas que escondo as verdadeiras relíquias e normalmente são essas que finjo esquecer.
Se abro as caixas ansiosa , me ofusca a visão e não consigo enxergar, apenas ver. Se são muito antigas o pó acumulado não me deixa respirar, sufoca e mata. É duro fazer a arrumação! Cansa,desprende de tempo e vontade.Limpo o quarto, lavo as cortinas e arrumo a cama para receber a criança. Ela vem do espaço do tempo, até a materialização da razão. Desce a trilha do coração que é aquela onde estão os maiores abismos e estradas estreitas, contando com a localização que também é incerta. Caminho árduo.
Se a solidão da caminhada parece escura e a floresta parece não ter fim, logo alguém lhe lembra que é só olhar para frente que logo avistará os fogos de copacabana e todos serão felizes para sempre. Não importa se as luzes são produzidas para iludir e a felicidade comprada para engrandecer . O importante é festejar a chegada!
Vamos sorrir, vamos chorar e cantar!!!! E amanhã acordar com uma puta dor de cabeça.E nessas horas eu vejo que sou uma feliz popular! que caminha tres vezes na semana pela mesma estrada a procura do mágico de oz! E quando me canso tenho um principe encantado que me carrega no seu cavalo branco para que eu não deixe de ir.

Amo vocês pelo simples fato de existirem, amo os que me amam, amo os que não me amam e aqueles que ainda vão me amar!Pois se só existe a morte para valorizarmos a vida, vocês são a minha morte particular.

E que venha 2011!!! branca , negra, de qualquer peso!E bem na verdade, não precisa ser tão bonita assim, desde que tenha dignidade e que nasça com os olhos abertos para enxergar toda a beleza.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Ir

Não sei ler, tentei aprender por milhões de vezes mas as letras embaralham e as sílabas não se formam.Talvez devesse ter aprendido a escutar as palavras e copiar, mas sou surda por opção.Se pudesse escutar todas as formas que as vozes tomam teria que pensar demais e tenho preguiça da idéia, me cansa a repetição.
Moro em um corredor,porque o sentido de viver ali é a passagem.Se somos feitos para chegarmos a algum lugar, pelo menos sabemos que se não formos muito longe, ainda assim,chegaremos ao fim.
Não comando meus sentidos, preciso me sentar diante do espelho e conseguir respirar. Sinto cheiro das laranjeiras e vejo as cores que você me deu,apoio as mãos, encaro os vultos, absorvo os sussurros. Dislexia.
Corro de uma maneira performática, na maioria das vezes ensaiada. Equilibro as projeções diante da profundidade da imagem e sobressaio no som,na velocidade do cometa.
Gosto das nuances em bolhas de sabão,livremente dão sentido ao contorno e criam. A arte de criar é o duto da vontade de expansão e as bolhas se espalham de uma maneira sutil e elegante. Sempre existiu em mim a tentadora vontade de encostar o dedo na bolha e vê-la sumir diante dos olhos em questão de segundos,como se pudesse reter o brilho dentro do meu poder de permissão. Permitir a alguém e permitir-se sempre foi a coroa do Rei,difícil e libertador como ficar nú em frente a multidão. Talvez seja a melhor forma de ir ao encontro de si mesmo e flutuar.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

SUTIL.

Já faz um bom tempo que não apareço por aqui, não enxergo as linhas e nem reconheço as palavras, talvez esteja ibernando idéias em forma e quantidade que nem eu mesma entenda ou justifique qualquer desvio de orientação. A palavra precisa ser dita , porque no momento em que nasce é digna e fiel ao pensamento original, e daquele instante toma posse do que é seu por direito, e te atira no infinito das conjecturas.Sugere.


 
Talvez não tenha dito nada nos últimos meses simplesmente por não ter nada a dizer, mas inexplicavelmente tive a sensação por vários instantes que tudo caberia dentro das vírgulas se parasse para deixar sair. E não parei. Saqueei o verdadeiro sentido por não deixar sair, daqui, de mim para fora no segundo. Já não adianta tentar relatar nada ,tudo se espalha e não deixa vestígios, é perda de tempo, frustrante plágio de si mesmo, união ilegal de pensamentos por saber que o que foi não é, e o que seria jamais saiu de tal ilusão . Estática.

 
Sempre tive medo de morrer, nunca admiti o esquecimento, e a morte nada mais é do que absoluto esquecimento em forma do mais profundo vácuo.É a solidão cruel da falta de alternativas, a impotência da mudez e o desespero de uma caminhada sem atrativos.É o medo do impulso do desprendimento totalmente ofensivo, é a quebra dos acordos, é a luta contra os gigantes invisíveis, é o estouro dos balões, acabando com a graça.

 
Nunca carreguei histórias e nem pessoas, fecho as portas de minha vida toda vez que assumo consciência de que passei por elas.Morro a cada dia uma morte consciente no deixar para traz, e vou seguindo na direção e na velocidade estabelecida.Consigo separar os meus “eus” que me pertenceram, como se fossem velhos amigos que marcaram época, e quando olho no espelho penso que já estão longe e certamente ao passarem por mim na rua não os reconheceria. Estranhos, com outras idéias , opiniões e gostos tão divergentes de mim!!Diria a eles que não temos nada em comum e que minhas prioridades mudaram, nossas vidas seguiram rumos diferentes, dentro do mesmo peito.

 
Sou levada pelos cheiros!! E se existir generosidade na hora da partida que eu possa leva-los comigo, assim como a criança que leva seu baldinho de brinquedos a praia, onde constrói os seus castelos. Certamente já terei cavado todos os meus buracos e o castelo será a última esperança da redenção.

 
Se pudesse ser mãe talvez deixasse a flor da obrigação comprida no jardim da vida, como um poema que se escreve, e quando chega ao fim, sabe-se que deixou plantado ali a parte de si para o mundo. Mas não é questão de poder, eu não quero!! , Por simples egoísmo de generosidade, o tempo que me foi dado é meu e realmente não consigo dividir, não sou tão bonita e não faço parte das mulheres que fazem o tricot, acho que nasci do avesso e a moeda da minha ilha particular muitas vezes me custa caro, mas a escolha continua valendo até quando a juventude me permitir. Egoísmo e vaidades são privilégios de quem não vê a flacidez dos ideais chegando, até porque quando tudo cai o mais digno é mudar de opinião..

 

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

EXCETO QUEM.

"TODO MUNDO É CAPAZ DE DOMINAR UMA DOR EXCETO QUEM A SENTE"
William  Shakespeare

Se eu pudesse sussurraria ao seu ouvido e diria que tudo vai dar certo, como uma brisa que passa sem ser esperada, mas que refresca seu dia. E quando sua  voz falhasse, segurando a sua mão diria que você consegue por mais essa vez. Pura manipulação da agonia alheia.
    É o mesmo fascínio constrangedor de uma ida à cartomante, não se sabe o real sentido do caminho percorrido e o que fez com que você estivesse ali naquele momento, mas você está, ali... exatamente ali...esperando que alguém que você nunca viu uma única vez antes na sua vida, lhe diga  uma palavra de consolo, ou que simplesmente lhe diga que tudo vai melhorar.
      Francamente!! O ser humano é tão hípócrita que consegue  enganar a si próprio e consequentemente prefere não admitir suas próprias verdades por medo de se sentir constrangido perante a si mesmo.Criaturinha esquisita !Justificando assim a frustração e chatice diárias, exatamente pela  falta de argumentos bem fundados que possam vir a ser usados como meios de convencimento do seu eu imaginário. Eu sou o que acredito ser!Ou ainda melhor, eu sou o que acredito ser, mesmo que eu tenha absoluta certeza que esse meu " ser" seja  uma grande fraude.
    Otimista é aquele que tem visão octogona,dimensão real de que tudo muda de lado.Tudo gira , o mundo e além do mundo, a descoberta já habitada da hipocrisia assumida e aceitável como salvação de sociedade. O ser humano não tem apenas o direito de trair seus ideais, mas inclusive fazer parte do fast food das desistencias de opiniões, como gravemente tem o dever de se ajustar nesse mundo de manipulações e flexibilidades.As dores que se ausentam por prozac.
  Sensações absolutamente inexistentes, intensamente minhas, instaladas em  um outro alguém.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

DE FLORES NOVAS.



            Passei rapidamente os olhos e notei que os mamões haviam sido repostos.No momento exato da percepção, vi mas não entendi o motivo real daquele ato. A reposição dos mamões foi como que a afirmação repetitiva da ruptura da relação, e preciso deixar claro que foi repetitiva, devido ao número de mamões excedentes que ali estavam no lugar dos outros. Por esse explícito detalhe, conclui que a situação poderia estar ainda mais agravada com o passar dos anos entre nós, já que o número de tão deliciosas frutas se multiplicara por quatro.
           Curioso é momento em que lembrei de  teu gosto, e de fato foi o tranquilizar de teus hábitos. Apenas queria que se sentisse a vontade para ter o simples ato de abrir a gaveta e pegar a colher. Sempre soube que um momento feliz do seu dia era aquele em que sentada olhava para o mamão, pensando na vida.
          Dia após dia a cena era a mesma, sentada apenas com a camisola de cetim, sem abrir as janelas da casa, de uma forma tão sutil, como se tivesse um acordo com  aquele dia que estava nascendo.Era como se dissesse:
          Senhor dia feliz, ou ainda nem tão feliz, (já que ironia fazia tanto parte da sua personalidade, que já tinha virado a característica principal e necessária dessa pessoa ) fica aí por trás das cortinas enquanto resolvo minha vida por aqui e quando acabar de degustar minhas idéias e colocá-las totalmente em ordem abro as janelas e te deixo nascer depois da ultima colherada.Obviamente que vocês perceberam que tudo em sua rotina é meticulosamente planejado.No entanto, as resoluções saídas daquela delimitação interior, com ressalvas de escrituras, e títulos de propriedade pra cada um que tivesse parte em seu coração, eram extremamente sinceras e fidelizadas, e disso me orgulho de ter feito parte em algum momento. Pela falta de cumprimento das minhas obrigações e descuido da propriedade cardíaca fui exonerada do sistema. Imobilizada sem previsão de recurso.
           Os mamões não me redimiram, pelo contrário me julgaram mais culpada e totalmente condenada sem chance de apelação. Se tivesse comprado apenas as bananas teria acabado com mais dignidade.
           No entanto fico com as sábias palavras de Clara Nunes:


O MEU AMOR VÊ TEU AMOR ASSIM
ASSIM COMO UM JARDIM
DE FLORES NOVAS
QUE FAZ DO TEMPO UMA QUIMERA
E A NOSSA VIDA MAIS SINCERA
E O NOSSO AMOR UM GRANDE AMOR.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

O Telhado.



            Meu mundo é minúsculo.Nunca gostei de grandes espaços, perdesse coisas, acumulando tudo que é desnecessário. O metro quadrado ocupado pesa mais do que o esperado e normalmente já nem lembramos direito o que temos guardado ali.
           Preciso de ar, consigo deixar tudo passar, nada fica. Não tenho vontade de aglomerar, sinceramente não sinto necessidade nem de falar. Tenho me mantido quieta. Surpreendendo a mim mesma, tenho me mantido quieta. Sinto o impulso mas ele perde o sentido no mesmo momento.
           Pela probabilidade da justificativa, já imagino claramente a total falta de culpa, não tentando buscar o interesse necessário pela consideração existente ou que nem é tão existente assim!!! e por hora obrigatóriamente deveria de ter dentro de mim , de mim para ti.Gostaria de deixar claro que esse ti não é bem quem você pensa que é, na verdade são vários "tis"!!! Mania que os "tis" tem de querer ganhar espaço na vida da gente, exigem respeito, aguardam reparação, necessitam de atenção e acreditam firmemente que depois de laços feitos a dívida está adquirida. A evolução dos seres humanos depende do total desapego de "tis".
           Consideração atrapalha, palavra cansativa que se tivesse que retratar como um objeto qualquer, certamente pensaria em um móvel antigo, pesado no canto da sala. Todos passam, veem que está ali, desviam, ao mesmo tempo sabem que não tem utilidade nenhuma, e também não tiram dali. Até porque o trabalho de mexer naquela "tralha gigante" é tão desgastante que é preferível deixar como está.Assim não se levanta o pó.
           Meu mundo é minúsculo porque o tudo passa por mim, sem a consideração empregada; de sensações devidamente estabelecidas, com horário de acontecer e previamente imposto de responsabilidade por nada. Não faço questões das bússolas para te achar dentro de mim, porque continuas ali.Esse mundo me basta porque meu egoísmo é saudável, não é hora de abrir as portas e nem mesmo as janelas.Fecho os olhos e cerro os ouvidos.
Apenas tuas palavras me bastam, e que sejam poucas mas de grande efeito.
        Deixei para trás os móveis que me atravancavam o caminho e trouxe comigo apenas uma bicicleta.


Para sempre andar de bicicleta e tomar sorvete no final da tarde.Felicidade.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

O SEGREDO.

Há uma palavra que pertence a um reino que me deixa muda de horror.Não espantes o nosso mundo, não empurres com a palavra incauta o nosso barco para sempre ao mar.Temo que depois da palavra tocada fiquemos puros demais. Que faríamos de nossa vida pura? Deixa o céu à esperança apenas, com os dedos trêmulos cerro os teus lábios, não a digas. Há tanto tempo eu de medo a escondo que esqueci que a desconheço, e dela fiz meu segredo mortal.


Clarisse Lispector